sexta-feira, 19 de junho de 2009

Sonho de uma noite de Verão - parte 3

Imagem tirada daqui

Eu sei que devia ter fechado os olhos, eu sei que devia ter inclinado mais a cabeça para a direita para dar mais jeito, eu sei que devia ter dado um suspiro de contentamento e tê-la beijado com carinho e ternura... mas quando a vi aproximar-se cada vez mais o meu coração disparou e quando os lábios dela tocaram os meus susti a respiração e fiquei imóvel a olhar para ela, com medo que qualquer movimento da minha parte afugentasse aquele momento.
Os lábios dela eram macios e quentes, aveludados até, tiradinhos de uma descrição de um daqueles romances cor de rosa, absolutamente perfeitos.
Ela quebrou o contacto e afastou-se um pouco, os seu olhos colados nos meus em busca de uma reacção.
O meu corpo, a minha mente, o meu coração... toda eu protestei aquela distancia. Nada nunca me tinha sabido tão bem como a mão dela na minha, a sua respiração suave na minha bochecha e aquele beijo. Não queria que acabasse nunca e senti-la afastar-se deu-me um nó no coração.
-Desculpa... não resisti...- sussurrou desviando o olhar apenas uma fracção de segundo.
Senti-me explodir de alegria, não tinha sido um engano, nem um acidente... tinha sido um beijo intencional, sentido.
Apertei-lhe a mão numa tentativa frustrada de lhe conseguir explicar o que se passava na minha cabeça, acho até que balbuciei qualquer coisa pelo meio do sorriso aparvalhado que se colou à minha cara. Inclinei-me na sua direcção sem saber muito bem o que fazer e ela deve ter percebido porque em menos de nada os seus lábios encontraram novamente o caminho para os meus.
E desta vez eu fechei os olhos, eu inclinei um pouco a cabeça, eu suspirei de contentamento beijei-a com todo o carinho, toda a ternura, todo o amor.
Um novo relâmpago ressoou lá fora e foi completamente ignorado.
O que não foi ignorado foi o movimento da mão dela que tinha estado todo o tempo delicadamente pousada na minha perna e que começou a subir devagarinho.
Quando chegou à minha cintura apertou-me ainda mais contra ela e quase me ri do pensamento adolescente que me passou pela cabeça quando senti o seu peito encostado a mim. Se calhar ter-me-ia mesmo escapado uma gargalhada não tivesse a minha boca tão ocupada a saborear a sua língua que se enrolava na minha.
Juro que foi sem querer que, ao subir a minha mão pela coxa dela para chegar às suas costas, lhe levantei um pouco a t-shirt... mas quando a ponta dos meus dedos tocaram a pele dela a tentação foi demasiado grande e deixei-a seguir o seu caminho.
Acho que ela ficou um pouco surpreendida por eu estar tão deleitada a passar as minhas mãos pelas suas costas, percorrendo longos caminhos entre os seus ombros e as suas ancas. Se a memória não me falha até sorriu por entre dois beijos quando se apercebeu que eu estava completamente presa pela sensação de a ter nos meus braços.
E teria ficado ali, perdida naquela sensação durante eternidades se não me tivesse chamado a atenção a sua própria mão a deslizar por baixo da minha camisa de dormir, a subir-me pela perna a cima, a fazer uns rodopios extremamente desconcertantes ao chegar à minha cintura e a continuar para cima, sem qualquer intenção de parar pelo caminho.
De repente parou, afastou-se um pouco de mim e desviou-se quando tentei apanhar a sua boca fugidia.
Oh céus... teria feito asneira? Será que não estava a fazer as coisas como deve de ser? Será que a teria agarrado demais? Ter-se-ia arrependido?
-Então.. mas tu dormes de soutien??? - Pergunta-me ela com um ar reprovador.
Fiquei a olhar para ela, boquiaberta.
-Não sabes que lhes tens de dar descanso - continuou ela já com um ar mais brincalhão. - Anda cá...
E enfiando a outra mão rodeou-me e desapertou com mestria os colchetes. Deve ter notado que eu fiquei um bocado atrapalhada porque com muito jeitinho deslizou as alças pelos meus braços sem me levantar a camisa e beijou-me devagarinho enquanto o atirou para longe.
Espalhou beijos pequenos pela minha bochecha e pelo meu pescoço e quando chegou ao meu ouvido murmurou um "deita..." doce.
Lado a lado na cama ainda me parecia mais carinhosa. Não sei se lhe pareci assustada ou envergonhada, mas ela encheu-me de beijos e festas e carinhos e quando me puxou a camisa um pouco para cima olhou-me nos olhos e perguntou se podia.
Se podia??? Desde aquela mão a subir por mim a cima que eu não queria outra coisa.
A camisa subiu até à cintura e a mão dela continuou até passar ao de leve pelo lado da minha mama.
O toque foi subtil, um quase não tocar que me deixou à espera de mais e quando a mão dela passou por lá novamente, desta vez a demorar-se um pouco mais eu não consegui prender um pequeno gemido.
Foi tão pequeno, tão baixinho, mas tenho a certeza que ela o ouviu... ia morrendo de vergonha! inconscientemente levei a mão à boca na tentativa de ainda o apanhar ou de pelo menos não deixar sair mais nenhum.
Ela agarrou a minha mão e abanou a cabeça.
-Deixa-te ir... eu gosto de te ouvir - os olhos dela brilharam quando falou e o sorriso quase maquiavélico que apareceu no cantinho do lábio levou-me a querer que independentemente de eu tentar não fazer barulho ela ia certificar-se que aquele era apenas o primeiro gemido de muitos.
Dito e feito... a mão dela voltou às suas caricias e de repente todo o carinho, todos os sentimentos cor de rosinha que tinham povoado a minha mente já não estavam lá sozinhos. Aquela sensação ainda me era um pouco estranha... era intoxicante, era quente, era avassaladora. A cada toque dela eu era invadida por uma onda de desejo e a cada beijo eu queria-a ainda mais.
Agarrei-a, puxei-a para mim e senti-a a empurrar-me contra a cama.
-Calma - disse-me ela, obviamente divertida com o efeito que tinha em mim.
Deixei-me cair, meio atordoada pelas sensações.
Ela continou a passear as mão pelo meu corpo, a encher-me de beijos. Se eu reagia de uma forma um pouco diferente parava e perguntava com doçura se eu estava bem.
Como é que eu lhe ia explicar que nunca tinha estado tão bem?
De repente a mão dela começou a descer e eu protestei um pouco... as carícias dela estavam a saber-me tão bem, a maneira como ela fazia pequenos círculos em redor dos meus mamilos, a maneira como me agarrava, os pequenos beliscões que me faziam delirar...
-Shhhh... - sossegou-me ela, enquanto sorria para mim - sabes que se quiseres que eu pare só precisas de me dizer, não sabes?
Respondi que sim, presa no olhar dela. E a mão dela continuou a descer... E ela continuou a olhar para mim, atenta. E a mão dela continuou a descer... e os seus ohos nunca largaram os meus. E quando desceu mais um pouco e deslizou para dentro das minhas cuecas e me sentiu estremecer de prazer beijou-me com paixão.
As minhas memórias não são muito nítidas, estava demasiado ocupada a sentir para registar o que quer que fosse. Lembro-me de a agarrar com força e de estar tão enlaçada no prazer que me estava a dar que nem me senti envergonhada quando me disse ao ouvido "estás tão molhada...".
Queria senti-la mais e pedi-lhe meio a medo se podia tirar a t-shirt e ela despiu-se para mim e riu-se quando eu lhe disse "és tão linda" e presenteou-me com mais um beijo antes de me tirar a camisa de dormir e encostar o seu corpo ao meu.
Não vou esquecer nunca a sensação da pele quente dela na minha, da perna dela no meio das minhas, dos beijos que me arrepiaram e do som da respiração acelerada no meu ouvido.
A primeira vez que fizemos amor, iluminadas pelos relampagos e embaladas pela chuva que caia foi perfeita, mágica, tudo o que se costuma ler nos livros e ver nos filmes.
Cada movimento do corpo dela sabia-me tão bem, cada beijo era delicioso, cada toque um deleite.
E quando cansadas e satisfeitas recuperavamos o folego nos braços uma da outra achei que lhe devia dizer...
- Sabes... eu gosto de ti.
- Eu também gosto de ti - disse ela distraída.
- Não... - virei a cara dela para mim - eu gosto de ti. Muito. Estou completamente apaixonada por ti.
Apesar te ter enchido o peito de ar a voz falhou-me mas ela percebeu e o beijo longo que me deu estava cheio de promessas de muitas noites como aquela.
-Sabes - disse, levantando-se da cama - estou toda suada. Não era má ideia ir-me passar por água... Não me queres vir dar banho?
E levou-me pela mão para a banheira onde tudo tinha começado.


Fim

6 comentários:

Jéssica disse...

Lindo começo de amor!

Penumbra disse...

Ok... já posso engolir a saliva?:)

beijo

Amanda disse...

Demasiado realista para ser apenas um conto... Uma linda historia de amor.

Duque disse...

Preso até à ultima sílaba.
O Duque está cada vez mais impressionado com este blog.

De nós... para nós! disse...

Lindo a maneira que vc descreve cada momento. Parabéns!!

beijo, Dani

docetentador disse...

Muito intensa esta tua história, mas muito muito interessante. Gosto do teu blog.

Beijos doces.